Dinheiro: o que preciso saber sobre ele?

A palavra dinheiro vem do latim denarius, nome dado a uma antiga moeda romana, que equivalia a um dia de serviço na época de Jesus Cristo. Mas, afinal, qual sua importância nos dias de hoje?

Dinheiro nada mais é que uma moeda de troca. Ele, por si só, não tem nenhuma utilidade, nós só conseguimos desfrutar dos seus benefícios quando o trocamos por algo que precisamos ou desejamos. Por exemplo, se estamos em um ambiente onde não tem o produto ou serviço do qual necessitamos mesmo com dinheiro nossa necessidade não poderá ser atendida.

Imagine que você está no deserto e sua água acabou. Se não existir naquele lugar alguém que esteja interessado e disposto a trocar água por dinheiro, ele não servirá para matar sua sede, ainda que tenha muito.

Vivemos em uma época onde o dinheiro nos traz muitos benefícios quando usado de forma inteligente, podemos adquirir comida, abrigo, segurança e conforto por meio dele, porém, para tê-lo temos que dar alguma coisa em troca – seja prestar um serviço, vender um produto ou multiplicá-lo com alguma forma de investimento ou negócio. Se você tem acesso ao dinheiro e não faz ou fez alguma dessas coisas, significa que alguém o fez e te permitiu colher os resultados, afinal, para colher os frutos, é preciso primeiro plantar a semente, cuidar e esperar o tempo oportuno para desfrutar.

A inteligência financeira nos ensina a produzir e multiplicar o dinheiro para que possamos usá-lo para trazer o máximo de benefícios que ele pode nos proporcionar. Infelizmente, no Brasil a minoria das pessoas conhecem ou se interessam por esse assunto, e o resultado é que muitas delas confundem dinheiro com banheiro, não podem ter contato que só fazem merda. Sabemos por experiência própria ou conhecemos alguém que quando teve acesso a uma quantidade significativa de dinheiro ou crédito, criou muito mais problemas para si e para quem está próximo do que usou de forma que pudesse agregar valor à sua vida e das pessoas a quem ama. Isso é resultado da falta de conhecimento de como lidar com esse recurso tão desejado e necessário para facilitar nosso dia a dia. A inteligência financeira nos ajuda a compreender como funciona o movimento e a multiplicação do dinheiro, nos mostrando que podemos usufruir com sabedoria e tranquilidade da sua capacidade de potencializar a maioria das coisas existentes.

Dinheiro não é a raiz de todo o mal

Em seu livro Sapiens: Uma breve história da humanidade, Yuval Harari diz:

Durante milhares de anos, filósofos, pensadores e profetas demonizaram o dinheiro e o consideraram a raiz de todos os males. Seja como for, o dinheiro é também o apogeu da tolerância humana. O dinheiro é mais tolerante que linguagem, leis estaduais, códigos culturais, crenças religiosas e hábitos sociais. O dinheiro é o único sistema de crenças criado pelos humanos que pode transpor praticamente qualquer abismo cultural e que não discrimina com base em religião, gênero, raça, idade ou orientação sexual. Graças ao dinheiro até mesmo pessoas que não se conhecem e não confiam uma nas outras são capazes de cooperar de maneira efetiva”.

Quando dizemos que há pessoas que só usam o dinheiro para causar transtorno e destruir a própria vida e a dos outros, não significa que o mal está no recurso em si, mas na mentalidade de quem o possui. Quando alguém de bom caráter tem acesso ao dinheiro, vai usá-lo para praticar o bem e melhorar o ambiente em que vive, buscando promover o bem comum. No entanto, quando ele cai nas mãos de quem só pensa em si mesmo os resultados giram em torno da arrogância e humilhação dos mais simples e necessitados. O dinheiro não corrompe as pessoas, apenas mostra quem elas são de verdade, portanto, a maldição não está nele, está na mente do ser humano.

O dinheiro, se usado de forma sensata e produtiva, proporciona inúmeros benefícios, promovendo acesso a alimento, moradia, saúde, segurança, tecnologia e uma infinidade de outras coisas. Por isso é tão necessário desenvolver o conhecimento que permite usar esse importante recurso a nosso favor, e não contra nós.

Não poderia deixar de citar um ensinamento de Jesus Cristo a respeito das riquezas:

Ninguém pode servir a dois senhores: ou vai odiar o primeiro e amar o outro, ou aderir ao primeiro e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”

(Mateus 6:24)

Jesus não diz que não podemos usufruir do dinheiro, Ele diz que não devemos amar o dinheiro, pois o dinheiro é um ótimo servo, porém um péssimo mestre. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas, usando dinheiro para promover a bondade e a solidariedade, sem nos deixarmos escravizar por ele.

Quando aprendemos a colocar o dinheiro em seu devido lugar, nos tornamos aptos para usá-lo da melhor maneira possível. Percebemos que, apesar de ser um recurso indispensável para melhorar nossa qualidade de vida, há coisas que ele não deveria comprar, como os valores, crenças, cultura, honra, lealdade e o amor das pessoas. É preciso tomar cuidado para que o status financeiro não se torne o parâmetro para medir as pessoas e, infelizmente, isso ocorre com muita frequência na história da humanidade. Muitos acreditam que quem tem mais dinheiro merece ser considerado melhor e mais importante que os demais, mas quando olhamos a natureza, somente nós seres humanos damos tanto valor ao dinheiro, principalmente por conta dos padrões consumistas que o mundo criou, que por sinal estão fundamentados no status e na vaidade.

Sabemos que isso não é verdade, já que independentemente da quantidade de recursos e bens que possuímos, compartilhamos todos do mesmo fim: a morte é inevitável, não importa o que ou o quanto você tenha.

Para melhor lidar com a área financeira em nossas vidas, podemos evoluir primeiro nos setores Espiritual, Emocional e nos Relacionamentos, sendo o dinheiro uma consequência , o resultado da evolução dessas áreas. Além disso, só faz sentido possuí-lo quando temos alguém com quem compartilhar os benefícios que ele pode nos trazer, assim, nos tornamos conscientes de que as coisas mais importantes na VIDA de um homem o dinheiro não é capaz de conquistar, por exemplo, a família, amizades verdadeiras e, principalmente, o acesso ao Reino dos Céus, que para quem crê deveria ser nosso principal objetivo. O que o homem tanto valoriza e, na maioria das vezes, dedica toda sua VIDA em busca, de nada serve para Deus. Jesus Cristo nos ensina da seguinte forma:

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão dados por acréscimo.”

(Mateus 6:33).

E ainda diz:

“De fato, que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? E que poderia alguém dar em troca da própria vida?”

(Marcos 8: 36-37).

VIDA, eis aqui o maior tesouro que existe e o dinheiro não pode comprá-la.

Não precisamos condenar o dinheiro como se fosse um devorador de almas e causador de grandes conflitos, entendemos que o problema está no relacionamento das pessoas com ele e, dependendo da mentalidade que desenvolvemos pode se tornar uma fonte de deleite ou ser o motivo de ansiedade, angústia, destruição de famílias, negócios e da própria vida. Podemos aprender a usá-lo com sabedoria e desfrutar com alegria e humildade seus incontáveis benefícios.

“O dinheiro deve estar embaixo dos seus pés, como servo, enquanto as pessoas devem ter um lugar reservado em seu coração.

Compre menos.

Ame mais.”

A.G.

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